quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Ao amor

Ao amor


Sem amor,
não há brilho
nos teus olhos...
E o sol não te aquece,
um só instante,
Sem amor,
a vida não é vida
e a tristeza é sempre uma constante...
Mas, procura-o, 
em Deus, nas pessoas, 
nas flores, animais...
e verás que, ao encontrá-lo,
tu só queres viver,
não morrer mais!...

À solidão

À solidão


A solidão faz-me meditar,
faz-me rebuscar dentro de mim,
frustrações, tristezas, desamores,
faz-me ouvir vozes irreais,
sussurros e lamentos, só de dores...
Mas, não te quero solidão,
quero antes sentir-me atordoada
e envolvida em enorme multidão!
Quero ouvir gargalhadas de crianças,
quero cruzar-me com rostos alegres,
ou amargos,
quero enfim que se desfaça
na garganta este nó,
e sentir sobretudo, 
que não morro só!

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Despedida

Despedida


Terminámos a nossa caminhada,
que iniciámos, ainda, muito jovens
com a cabeça povoada de sonhos e ilusões,
que tanta vez se esvaíram
e transformaram em enormes deceções!
Demos todo o nosso esforço,
demos pedaços da nossa vida,
por vezes em condições tão difíceis,
tão deprimentes,
que só um grande amor
uma enorme força superior,
não deixavam que a nossa vontade se abalasse
e pelo desânimo fosse vencida!...
Mas, quanta alegria!
Quando num gesto de amor
uma vozita nos dizia meigamente:
- Foi para ti professora, que eu apanhei esta flor!
Pedimos agora ao Senhor,
que nos deixe viver, que nos deixe saborear
o descanso merecido,
mesmo com uma lágrima
a rolar de saudade,
pois, apesar da alegria
do dever cumprido,
ficou para trás
a nossa mocidade!

É Natal

É Natal


É Natal!
Parece que tudo 
à nossa volta se transforma
como por magia
e em todo o mundo
há mais paz, mais alegria!
É o Deus Menino que volta a nascer,
é a nossa fé a renascer,
é o renovar da mensagem
de amor e esperança...
Mas, Natal é, sobretudo,
o sapatinho na chaminé
e, para os mais idosos,
aquela grande saudade
e uma vontade enorme
de voltar de novo a ser criança!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Aos meus alunos

Aos meus alunos


Foram muitos anos,
que convosco convivi...
Foram encontros,
desencontros,
justiças, injustiças,
de que já me arrependi
e redimi...
Errei muita vez,
pela vossa imaturidade
e pelos extensos programas,
inadaptados à vossa idade!
Lembro com saudades
as vossas traquinices,
as vossas meiguices,
que me deram forças
para continuar...
Hoje, já cansada,
no fim da jornada,
agradeço os vossos gestos
de carinho, de gratidão,
que me dão vontade de viver
e me embalam docemente
neste mundo cão!...

Aos dias sempre iguais

Aos dias sempre iguais


Todo o mês
me apeteceu
gostar da vida,
por causa dos sonhos
que sonhei...
Afinal anoiteceu
e os dias foram
sempre iguais
e nada aconteceu!...
Começo a não acreditar
nos sonhos, 
nessas mentiras,
que dia a dia,
me alimentam,
qual leite materno,
que tem o seu prazo definido
e quando acaba,
sou já um adulto
neste mundo perdido!

A vida é um instante

A vida é um instante


Sei que a vida
é um instante,
para alguns, uma eternidade,
onde o sofrimento
é uma constante...
Sei que a vida 
é um caminho sinuoso,
com montes e planícies
e uma mistura de cardos
e flores multicores...
Mas, apesar do sol
por vezes desaparecer
e as nuvens cobrirem
toda a nossa existência,
a vida é uma benção,
se o amor conseguir
transformá-la,
na mais maravilhosa experiência!

domingo, 25 de dezembro de 2016

O poeta é um fingidor

O poeta é um fingidor


Alguém disse,
que o poeta é um fingidor...
Não acredito!
Entre metáforas e hipérboles,
ele não mente,
diz apenas o que sente...
Ultrapassa a realidade
e envolve-a com ficção,
mas com suavidade e subtileza,
alcança sempre a verdade!
Exprime o que lhe vai na alma,
com ênfase
e muita exaltação,
mas, poeta fingidor, 
isso é que não!

A vida

A vida


Se alguém
me perguntasse
o que era a vida,
sentiria uma enorme confusão,
porque a vida é uma viagem,
cheia de mistérios,
para os quais
ninguém consegue explicação...
É uma viagem,
para uns mais longa,
para outros curta,
apenas um momento,
um curto olhar,
sem tempo para saborear!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Menino Jesus

Menino Jesus


Natal era para mim,
o renascer da mensagem 
de amor e esperança,
o aconchego da família
à volta da lareira,
o postal colorido
do amigo que pensava esquecido...
Hoje, Natal, 
é consumismo,
alegria fingida,
ilusão
e, para muitos,
sofrimento e solidão...
Mas, para mim,
continua ainda
escondido no mais recôndito
cantinho, da minha memória,
o Menino Jesus, feito saudade,
descendo pé ante pé,
colocando com carinho
os meus presentes na chaminé...

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Escrever...

Escrever...


A escrita 
é para mim,
uma dádiva divina,
que deixa fluir meus pensamentos
alegrias, 
frustrações,
elegias,
sem constrangimentos...
A escrita é para mim,
a dissecagem da vida
com vírgulas,
ou sem elas,
até à exaustão,
mas sempre com metáforas,
que escondem por vezes,
tanta desilusão...

domingo, 11 de dezembro de 2016

Ao mar e à serra

Ao mar e à serra


Vivo entrelaçada
entre o mar e a serra, 
que me viu nascer
e ambos me enfeitiçam
e me transmitem a magia,
que não deixa
o meu espírito envelhecer!...
À serra, vou beber
a seiva da saudade
da minha infância,
perfumar-me de incenso
da Natureza
e respirar aquele ar,
ainda com laivos de pureza...
Ao mar, vou buscar às ondas
a pujança,
o perfume a maresia
e aquela sensação,
de liberdade,
que me faz sentir criança!

sábado, 10 de dezembro de 2016

Ao rio Côa

Ao rio Côa


Era uma vez um rio pequenino,
que nasceu entre fragas
lá na Beira...
Corria calmamente,
vagaroso,
pensando viver assim
a sua vida inteira...
Nas suas águas cristalinas
se miram freixos
e salgueiros,
e os lençóis que cobrem
o seu leito,
são pedras lisas e branquinhas,
que fazem inveja
aos de linho verdadeiros!
Poucos eram os que o conheciam,
mesmo neste nosso Portugal,
mas hoje, é falado
em todo o mundo
e as suas gravuras,
são já património mundial!!

Voltei à minha terra

Voltei à minha terra


Voltei à minha aldeia
e passei à minha casa!
Olhei-a com tristeza
e os olhos rasos de água,
por vê-la tão velhinha,
sem beleza!
Mas ela deu-me o seu recado:
- Vem sempre visitar-me,
cá está ainda
a calçada que pisaste
e o quintal onde brincaste!
E na minha raiz,
que o escombro encerra,
é que estão o amor 
e o desejo,
que te fazem voltar
à tua terra!

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

À minha terra

À minha terra


É tão linda a minha terra,
toda feita de granito,
coberta de castanheiros!
De gente simples e boa,
é banhada pelo Côa
enfeitado de salgueiros!
No Inverno,
quando a neve se lembra de a visitar,
fica tão bela, tão bela
que o sol, ao vê-la,
fica cheio de ciúmes
e vem logo derretê-la!
Quando lá vou,
tenho pena de vir embora,
mas trago comigo a saudade,
que me faz recordá-la a toda a hora!


Não me mandem calar

Não me mandem calar


É no silêncio,
que oiço o gemido do inocente
já emudecido,
pelo ribombar do canhão,
que o destrói impiedosamente!
É no silêncio,
que oiço o meu grito de revolta,
já emudecido
à força de tanto gritar!...
E se ouvirem esse grito,
pela impotência
de nada poder mudar,
por favor,
gritem comigo
mas não me mandem calar!!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Vai chegar o Natal

Vai chegar o Natal


Vais renascer 
novamente, Jesus!
E agora mais entristecido,
por pensares
que os teus valores,
a tua mensagem,
o homem tenha esquecido!
Mas podes sorrir Jesus!
Podes rejubilar,
porque a semente de amor,
que nos deixaste
está a germinar...
Os homens de boa vontade
estão a semear
e tem nascido agora
que o pão está a rarear,
uma fonte inesgotável
de amizade
e tanta, tanta solidariedade!!

Saudades de um Natal com neve

Saudades de um Natal com neve


Da minha infância,
recordo quase tudo com agrado,
o bibe sujo das amoras,
que eu apanhava em qualquer silvado!
Recordo as campainhas amarelas,
que eu apanhava no campo,
todas as Primaveras!
E aquele cheirinho
a pão quente,
que era cozido
no forno de toda a gente!...
Mas, o que mais recordo
e marcou a minha meninice,
é o Natal com neve
e aquele frio tão morno,
que mais parecia
do Menino Jesus, uma meiguice!

Natal de saudade

Natal de saudade


Natal, tu eras para mim
o renascer da mensagem
de amor,
amizade, esperança
e o sorriso brilhante
duma criança...
Hoje, vestiram-te
de luzes a brilhar,
de ostentações mesquinhas,
esquecendo já a caminha
humilde do Deus Menino,
toda feita de palhinhas...
Mas, para mim,
continuas a ser,
o mesmo Menino Jesus,
feito de saudade,
a descer pé-ante-pé
e a colocar devagarinho
os meus presentes,
na chaminé!

Natal é

Natal é


Natal é amor,
é o brilho nos olhos da criança,
fraternidade,
solidariedade
e lágrimas
a derramar saudade...
Natal é ilusão
deslumbramento,
solidão
e sofrimento...
São luzes a brilhar,
a lareira a crepitar
e o calor humano
dum braseiro
que parece aquecer
o mundo inteiro...
É o brinquedo,
que encanta o mais pequenino
mas, sobretudo,
és tu Jesus
que voltas a nascer
e a ser Menino!

sábado, 3 de dezembro de 2016

Recadinho

Recadinho

(para crianças)


Querido Menino Jesus,
venho dar-te um recadinho:
- Dá-me muitas, muitas prendas
e enche o meu sapatinho...
Vou portar-me muito bem, 
vou fazer tudo perfeito,
para gostares mais de mim,
mesmo com algum defeito.
Olha, não fiques zangado
e não me leves a mal,
mas tu sabes que as crianças,
gostam tanto do Natal!!!

Natal das crianças

Natal das crianças


É Natal!
A árvore colorida
e cheia de presentes,
faz as crianças
tão contentes!...
Nos corações há amor,
a guerra pára,
nos lares há mais calor...
Menino Jesus, tu que és tão bom
e às pessoas não queres mal,
faz que em todo mundo,
seja para todos
sempre Natal!!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Chegou o Natal

Chegou o Natal



Não quero este Natal
de fantasia,
de bolas multicores a brilhar,
para tantos desenganos disfarçar!
Não quero este Natal fingido,
feito de solidariedade, igualdade,
ávido de amor pelas crianças,
que tentam rechear de ilusão, apenas por um dia,
com tudo aquilo,
que as possa encantar...
Mas todo o encantamento
se esvai a seguir,
dando lugar à fome, ao abandono,
à violação,
que não as deixa mais acreditar e sorrir!
Mas quero-te a ti Jesus,
outra vez menino,
nas palhinhas humildes,
duma manjedoura,
sob o olhar meigo
prenhe de amor,
da tua mãe Maria

Nossa Senhora!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Carta ao Menino Jesus

Carta ao Menino Jesus 

Querido Menino Jesus


Mais uma vez voltas a nascer
e trazes contigo
a tua mensagem,
envolta naquela magia
e naquele perfume
de amor e paz,
que quase nos embriaga
e nos faz esquecer,
por momentos,
o mundo cinzento e triste,
por tanta maldade,
que o homem faz!
Já não sou criança
e não venho pedir-te
tudo aquilo,
que povoa o seu imaginário,
mas vivo ainda
com o mesmo encanto,
o teu aniversário.
E com um sentimento
tão profundo, 
recheado de esperança,
que a tua mensagem
toque o coração dos homens
e possam ainda
melhorar o mundo!




domingo, 13 de novembro de 2016

A Páscoa na minha aldeia

A Páscoa na minha aldeia 

"A Festa de Flores"


Tive um sonho lindo,
daqueles sonhos de encantar...
e que pena tive de acordar!
Voltava a ser criança
e de vestido novo,
de mil cores,
passava na minha aldeia
a linda Festa de Flores!
Corria de casa em casa
a mandar rezar,
para as amêndoas poder ganhar,
enfeitava-me, com a santinha doce,
que ao pescoço me servia de colar
e saboreava com satisfação,
aquele doce de toda a gente,
que me adoçava o coração!
E ao abrir os olhos
e sentir a realidade,
tive vontade de adormecer
profundamente,
de ser criança novamente,
e de chorar,
apenas de saudade!!

Recordar a infância

Recordar a infância


Não sou poeta
nem pretendo ser,
mas a saudade,
palavra tão nossa
qual musa inspiradora
é que me obriga a escrever!
Saudade dos beijos 
dos que me amaram,
das minhas cantorias
de manhã à noite,
que faziam todos fugir,
menos o meu pai,
que, cheio de ternura, 
ia logo colocar nos ouvidos,
algodão em rama
cansado de me ouvir...
E a azáfama da vindima?
A minha paciência,
apanhando os bagos,
que caíam,
pois essa tarefa era sempre
da minha incumbência,
disfarçadamente, escondendo,
muitos eu ia comendo!
É tão bom recordar o passado,
nesta reta final,
que o tempo atroz,
levou com tanta rapidez,
mas, como diz Júlio Dantas,
na Ceia dos Cardeais,
lembrar um amor
é amar outra vez!...


sábado, 12 de novembro de 2016

Pintar com o coração

Pintar com o coração


Não sou pintora,
nem pretendo ser
sou apenas alguém,
que faz uns borrões,
para matar a síndroma
da reforma
e não envelhecer!
Não sou pintora
nem pretendo ser...
os meus borrões,
curam os males da alma,
são um elixir,
que nem o mais sábio cientista,
consegue descobrir...
Não tive escola,
nem qualquer formação,
mas as coisas simples,
que não se impõem pela técnica,
ou ostentação,
também podem ter beleza,
quando olhadas,
apenas com o coração!


Parecia um sonho

Parecia um sonho


Mais parecia ficção,
ou uma miragem
em pleno Alentejo,
aquela inesquecível viagem!
De repente,
começam a cair flocos de neve,
abundantemente,
vestindo de branco
toda a natureza e tudo brilha!
As árvores eram agora
anjos de braços erguidos
ao céu, como que a agradecer
ao autor,
de tanta maravilha!
Voltei à minha infância,
às minhas origens
e naquele tapete branco
de verdade,
apeteceu-me rebolar
e de alegria e saudade
apeteceu-me chorar!

domingo, 16 de outubro de 2016

Também fui palhaço

Também fui palhaço


Quando criança
adorava os palhaços,
ouvir aquelas gargalhadas,
o som forte das bofetadas,
que me transmitiam alegria
e me faziam viver,
por momentos,
no mundo da fantasia!
Mas, já crescida,
como fiquei desiludida,
quando soube,
que aquela gargalhada
não passava,
muitas vezes,
duma lágrima disfarçada...
E agora, com a minha vida
quase vivida
e matizada de cansaço,
eu percebo
como tanta vez,
transformei a lágrima
num sorriso
e também eu
fazia de palhaço!

domingo, 2 de outubro de 2016

Vidas paralelas

Vidas paralelas


Tenho vidas paralelas,
uma feita de utopias
onde sou artista, bailarina,
humorista
e vivo as mais diversas fantasias!
Vou à lua, às estrelas,
subo montanhas
a tocar o céu e sinto tanta felicidade
porque transformo a ficção em realidade...
Na outra vida,
surgem as dificuldades,
os espinhos
a que não posso fugir,
que me picam a alma
com a ingratidão,
a hipocrisia
e uma infinidade de maldades!
Mas, a ofuscar esta realidade
surge o amor, a amizade
num jardim cheio de flores,
onde posso descansar
e esquecer por momentos
este mundo conturbado,
onde existe ainda,
se eu quiser, um pequeno espaço
para amar!

Chegou o outono

Chegou o outono


Paira no ar
um cheiro a mosto
e terra molhada,
a natureza veste-se
de mil cores,
amarelos, verdes,
vermelhos acastanhados
e pelo chão
mil folhas mortas a rebolar,
fazendo nascer nos artistas
e nos poetas
mais inspirados
obras de encantar...
Cai a noite mais cedo,
é mais suave o luar
e mais cheio de magia,
e cai em mim
aquela nostalgia,
que me leva a sonhar
e a poetar!

sábado, 1 de outubro de 2016

Pressinto o fim

Pressinto o fim


Pressinto o fim
em cada dia que passa,
que vou matando
com a força,
que emana do sonho,
que vou alimentando!...
Pressinto o fim no por do sol,
no anoitecer,
em cada amigo
que vejo desaparecer...
Mas, ao chegar a madrugada,
ao despontar o dia,
naquele fiozinho de luz,
que entra por uma fresta,
pressinto o renascer
e corro pressurosa
a agarrar com força,
a vida que ainda me resta!

Desilusão

Desilusão


Foi como se um abismo
se abrisse
e eu ficasse sepultada
por dor,
por desalento,
sem me sentir culpada
um só momento...
Foi o desmoronar
de um edifício,
que eu pensava
ser feito de amizade
e tudo de bom,
que alberga um coração...
Mas, nos destroços
desse edifício,
procurei, procurei
e apenas encontrei
pedaços de ingratidão!...

Ser poeta

Ser poeta


Poeta é sofrimento, 
é sentir o que dói a duplicar,
é transformar o invisível
em realidade,
é deitar cá para fora
tudo o que vai cá dentro...
Poeta é o sonho, que nos vai na alma,
que floresce, 
ora em rosas perfumadas,
ora em almas doridas
e magoadas...
Mas, poeta, é sobretudo
ter o dom de transmitir
o que no momento
sabemos sentir!...

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Também fui palhaço

Também fui palhaço


Quando criança
adorava os palhaços,
ouvir aquelas gargalhadas,
o som forte das bofetadas
que me transmitiam alegria e me faziam viver,
por momentos, no mundo da fantasia!
Mas, já crescida,
como fiquei desiludida,
quando soube que aquela gargalhada,
não passava muitas vezes,
duma lágrima disfarçada...
E agora,
com a minha vida quase vivida
e matizada de cansaço,
eu percebo, como tanta vez,
eu transformei a lágrima num sorriso
e também eu fazia de palhaço!

Outono na Beira