O meu primeiro dia de escola
Levava na mão a sacola,
feita de tecido, caseira,
onde ía já o percurso,
da minha vida inteira!
Era o livrinho do aeiou,
a lousa de ardósia,
e a pena de pedra,
com que eu rabiscava
e com saliva apagava...
Não havia magalhães,
nem pontas de feltro para pintar,
mas havia meia dúzia de lápis de cor,
qual jóia preciosa,
que eu estimava e quase amava!
Na minha memória,
ecoa ainda,
aquela música de embalar,
quando, num banco corrido,
a tabuada procurávamos decorar!
Não queria voltar atrás
nem quadros digitais,
mas queria abraçar os companheiros,
que viveram comigo,
esses tempos quase irreais!
esses tempos quase irreais!