domingo, 13 de novembro de 2016

A Páscoa na minha aldeia

A Páscoa na minha aldeia 

"A Festa de Flores"


Tive um sonho lindo,
daqueles sonhos de encantar...
e que pena tive de acordar!
Voltava a ser criança
e de vestido novo,
de mil cores,
passava na minha aldeia
a linda Festa de Flores!
Corria de casa em casa
a mandar rezar,
para as amêndoas poder ganhar,
enfeitava-me, com a santinha doce,
que ao pescoço me servia de colar
e saboreava com satisfação,
aquele doce de toda a gente,
que me adoçava o coração!
E ao abrir os olhos
e sentir a realidade,
tive vontade de adormecer
profundamente,
de ser criança novamente,
e de chorar,
apenas de saudade!!

Recordar a infância

Recordar a infância


Não sou poeta
nem pretendo ser,
mas a saudade,
palavra tão nossa
qual musa inspiradora
é que me obriga a escrever!
Saudade dos beijos 
dos que me amaram,
das minhas cantorias
de manhã à noite,
que faziam todos fugir,
menos o meu pai,
que, cheio de ternura, 
ia logo colocar nos ouvidos,
algodão em rama
cansado de me ouvir...
E a azáfama da vindima?
A minha paciência,
apanhando os bagos,
que caíam,
pois essa tarefa era sempre
da minha incumbência,
disfarçadamente, escondendo,
muitos eu ia comendo!
É tão bom recordar o passado,
nesta reta final,
que o tempo atroz,
levou com tanta rapidez,
mas, como diz Júlio Dantas,
na Ceia dos Cardeais,
lembrar um amor
é amar outra vez!...


sábado, 12 de novembro de 2016

Pintar com o coração

Pintar com o coração


Não sou pintora,
nem pretendo ser
sou apenas alguém,
que faz uns borrões,
para matar a síndroma
da reforma
e não envelhecer!
Não sou pintora
nem pretendo ser...
os meus borrões,
curam os males da alma,
são um elixir,
que nem o mais sábio cientista,
consegue descobrir...
Não tive escola,
nem qualquer formação,
mas as coisas simples,
que não se impõem pela técnica,
ou ostentação,
também podem ter beleza,
quando olhadas,
apenas com o coração!


Parecia um sonho

Parecia um sonho


Mais parecia ficção,
ou uma miragem
em pleno Alentejo,
aquela inesquecível viagem!
De repente,
começam a cair flocos de neve,
abundantemente,
vestindo de branco
toda a natureza e tudo brilha!
As árvores eram agora
anjos de braços erguidos
ao céu, como que a agradecer
ao autor,
de tanta maravilha!
Voltei à minha infância,
às minhas origens
e naquele tapete branco
de verdade,
apeteceu-me rebolar
e de alegria e saudade
apeteceu-me chorar!