segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Memórias do passado

Vale de Espinho - Anos 40-50-60


A capeia "arraiana"

Era o entusiasmo de toda a aldeia, sobretudo dos homens que, a cavalo, se deliciavam na espera dos toiros que vinham de Espanha.
Depois era o encerro com todos aqueles preliminares, que lhe davam todo o encanto e transformavam num perigoso espectáculo.
O largo da capeia era ladeado por carros de bois repletos de troncos de árvores, para os tornar mais altos e serviam de bancadas para os espectadores se deleitarem a ver a corrida dos bois, onde não podia faltar o típico forcão.
Pegavam-lhe casados e solteiros, numa espécie de competição. E era engraçado ver o toiro tentar levantá-lo com os cornos e os "artistas", em jeito de dança, trocavam-lhe as voltas rodopiando com ligeireza, para não serem apanhados pelo boi.
Havia também as "calampeiras", feitas de paus espetados no chão, encimados por tábuas, onde os espectadores se regalavam a observar os toiros que, de vez em quando, também agrediam os mais afoitos, que saltavam para a praça.
E era uma gritaria assustadora, quando um boi mais destemido saltava por cima de um carro, atirando todos ao chão e correndo pela aldeia, apavorando os que não quiseram ir vê-lo na arena.


Sem comentários:

Enviar um comentário